PROJETO
PROJECTO CULTURAL DE RECOLHA MULTIMÉDIA SOBRE O PATRIMÓNIO MATERIAL E IMATERIAL DO ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES – POVO, TERRITÓRIO, PATRIMÓNIO E TRADIÇÕES
Resumo do projecto candidato em finais de 2017, ao fundo cultural da Sociedade Portuguesa de Autores-SPA, e que foi seleccionado para ser financiado em cerca de quarenta por cento. Para o montante em falta procurar-se-ão patrocinadores privados e institucionais ou caso não se consiga iremos recorrer ao “crowdfunding”, no país, e nos círculos da emigração onde a diáspora açoreana é mais representativa.
De todas as parcelas do território português, os Açores será porventura ainda aquela que tem mantido o seu carácter identitário mais preservado, apesar da imigração de há mais de um século para as Américas.
A bibliografia produzida ao longo do sec.XX sobre o seu património é vasta, mas o registo iconográfico encontra-se muito datado e não serve as exigências técnicas da era digital, que atingiu um grau de qualidade que permanecerá actual ainda por muito tempo. Muito recentemente, a afluência turística aos Açores tem aumentado exponencialmente, podendo criar fenómenos de transformação do meio e aculturação, de certo modo imprevisíveis, tornando este registo ainda mais premente.
A experiência que ao longo de trinta anos fui adquirindo,como director de arte, fotógrafo, documentarista e na produção de guias de turismo cultural e natural (ver curriculum) permite-me uma abordagem transversal das diversas temáticas na recolha dos conteúdos. Acresce ainda o conhecimento do arquipélago (as nove ilhas), através dos diferentes projectos em que estive envolvido, desde 1985 até ao presente:
--Consultoria em Promoção Ambiental para o Governo Regional dos Açores (1997/8)
--Membro do grupo de investigação da Universidade de Évora para o levantamento e caracterização das tipologias de paisagem das ilhas do arquipélago.
--Levantamento Fotográfico das Vinhas do Pico e cidade de Angra do Heroísmo, para livros da Editorial Verbo.
--Realização das exposições sobre Património Mundial para a Comissão Nacional da Unesco e para o Instituto Camões, que estiveram patentes em vários países.
--Guia de visita às ilhas de S.Miguel e Sta Maria, em que fui responsável pelos conteúdos de texto e imagem.
Este projecto, que acalento há vários anos - levantamento multimédia dos elementos iconográficos da identidade Açoreana, em Fotografia, Vídeo e Som, irá cobrir os seguintes aspectos:
-Património Construído – arquitectura civil, popular e erudita, religiosa e militar, de relevo.
-Actividades Tradicionais na agricultura, pecuária, vitivinicultura, fabricos artesanais.
-Actividades ligadas ao Mar, memórias, objectos e artes do passado baleeiro.
-Feiras, Festas e Romarias, objectos e manifestações da Tradição Oral e da Cultura Popular.
-Manifestações do Culto Religioso – os Impérios, Festas do Espírito Santo, Festas do Senhor Santo Cristo.
-Paisagens notáveis, Vulcanismo, resíduos da Floresta Laurissilva e aspectos da Flora Endémica.
-Sítios Classificados como Património da Humanidade – Vinhas do Pico e Angra do Heroísmo.
Este projecto está previsto ser executado em duas fases, a primeira a realizar entre 14 de Maio e final de Setembro de 2018, abrangendo as ilhas do grupo central - Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial, a segunda fase a realizar em 2019 contemplará os grupos Ocidental e Oriental.
O projecto que aqui apresento apenas se refere à primeira fase e a opção de tratar este conjunto em primeiro lugar tem a ver com a proximidade entre estas ilhas, com uma certa uniformidade identitária que daí deriva, com a existência de ligações regulares por barco e por neste grupo estarem incluídos os dois únicos sítios classificados como Património da Humanidade, pela UNESCO - Angra do Heroísmo e Vinhas do Pico.
A segunda fase será objecto de nova candidatura e orçamentação e estará mais facilitada dado o profundo conhecimento que tenho das ilhas de S. Miguel e Santa Maria (fui responsável pela realização de um guia de turismo cultural e ambiental sobre estas ilhas), e ao facto de as restantes, Flores e Corvo, serem de pequena dimensão e pouco populosas.
O trabalho de preparação iniciou-se há três meses e foi consultada diversa bibliografia para além da que já possuo, de forma a inventariar os aspectos mais marcantes e simbólicos das diferentes temáticas.
Este ano de 2018, foi instituído pela Comissão Europeia, como o “Ano Europeu do Património Cultural”, espero com este projecto poder dar o meu melhor contributo para a sua celebração, assim como espero da parte de pessoas e instituições todo o apoio para que se torne realidade.
Rui Cunha
Março de 2018
Comentários
Enviar um comentário